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O que eu estou ouvindo

Minha trilha sonora ultimamente tem misturado elementos diversos, todos inspiradores.

 

YAEL NAIM

Yael Naim é dona de uma voz suave que canta em inglês, francês e hebraico. Seus arranjos são meio folk, meio sexy e convidam a brincadeiras. Às vezes, tem um tom de melancolia que não chega a deprimir mas faz pensar. Além disso, a menina tem um estilo todo lindo, confortável, boêmio e despretensioso. Vale a pena! Ah, a moça também tem site.

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MADELEINE PEYROUX

Diva total, voz de Billie Holiday. Pra quem gosta de jazz (ou quer tentar), experimente. A música convida à dança e ao sorriso. Estou ouvindo Dreamland mas tem outros dois cds da cantora disponíveis para venda. Escolha o seu. Seu estilo é delicado, muita seda, cores suaves ou estampas marcantes, que parecem ter sido pintadas à mão.

 

 

AMY WINEHOUSE

Falem o que quiser do estilo suicida de vida, dos escândalos, das drogas, mas nunca esqueçam o principal: essa menina sabe cantar. Sua voz nem é tão de veludo mas sua interpretação é de rasgar o coração. Qualquer um dos cds de Amy vale a pena. No momento, estou ouvindo Back to Black, um cd de 50 minutos de música da melhor qualidade.

E não dá pra falar de Amy sem falar no seu corajoso estilo “sessentinha dos infernos”, com o mega hair e o delineador, suas duas marcas registradas. Pra se inspirar, não pra copiar!

 

Pra quem quiser tentar fazer o cabelão, esse cara ensina tudo: http://www.youtube.com/watch?v=mVoxsRmZrC8

 

 Se bem que, agora, ela está assim:

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Ui! Onde essa menina vai parar???

PIB ou FIB: as Lições do Butão

 

Conheça o reino de Butão, onde a Felicidade Interna Bruta é o fator mais importante.

Visualize um reino de deslumbrantes cumes nevados, com leopardos e iaques vagando pelas montanhas. Com vastas florestas intocadas, onde o contentamento é mais valorizado que o comércio, e um sábio rei que declara que a felicidade de seus súditos é mais importante que a produção econômica.

Um conto de fadas? Um sonho da imaginação? Um reino virtual no Second Life? Nada disso. Estou falando de um lugar real, com pessoas verdadeiras – o reino do Butão, no Himalaia.

O Butão tem capturado a atenção mundial por sua inovadora mensuração da FIB (Felicidade Interna Bruta), em vez de PIB (Produto Interno Bruto). Por décadas, o PIB, índice de progresso que soma todas as transações econômicas de uma nação, tem sido criticado, mais recentemente numa conferência da Comissão Européia, em Bruxelas. O PIB não somente falha em contabilizar os custos ambientais, mas também inclui formas de crescimento econômico que são prejudiciais ao bem-estar da sociedade. Por exemplo, despesas com atendimento médico, crime, divórcio e até desastres como o Katrina são computadas como um aumento do PIB!

A FIB vai um passo além. Ela situa a felicidade como o pivô do desenvolvimento. Desde a época de Aristóteles, e indo até a Declaração da Independência dos Estados Unidos, muitas sociedades consideraram a busca da felicidade um direito fundamental de todos os cidadãos. E agora, em pleno século XXI, o rei do Butão, Jigme Singye Wangchuk – uma das cem pessoas mais influentes do mundo, segundo a lista da revista Time –, disse que a FIB é o alicerce de todas as políticas de desenvolvimento do governo.

Fui convidada para participar da 3a Conferência Internacional sobre Felicidade Interna Bruta, na semana passada, em Bangcoc, Tailândia. Numerosos palestrantes enfatizaram que, enquanto o PIB se baseou na crença de que a acumulação da produção econômica leva a um maior bem-estar, as pesquisas mostram que, após certo nível de renda, o aumento da riqueza não conduz a um correspondente aumento da felicidade.

“O acelerado crescimento da Ásia nas últimas décadas alcançou o impressionante índice de 10% ao ano”, disse Surin Pitsuwan, ex-ministro do Exterior da Tailândia. “Mas será que estamos mais felizes que antes, com nossa renda aumentando cada vez mais rápido? Muitos dizem que não.” De fato, quando olhei a minha volta em Bangcoc, os graciosos pináculos dos templos tailandeses, com suas douradas telhas cintilando ao sol, foram obscurecidos pelos colossais shopping centers que parecem gigantescas espaçonaves. “Nós aqui do sudeste da Ásia”, afirmou Pitsuwan, “apesar dos nossos milhões de rúpias, de ringgits e de bahts, nos sentimos mais inseguros com relação a nossa vida, a nossa família, a nosso futuro do que jamais sentimos antes.”

O Butão proveu uma alternativa. Os delegados butaneses na conferência atraíram a atenção não apenas por suas distintas túnicas bordadas, mas também por sua aura de júbilo interno. As decisões políticas nesse país, de acordo com Dasho Karma Ura, diretor para o Centro de Estudos do Butão, são tomadas a partir dos indicadores da FIB, que são os seguintes: padrão de vida, saúde, educação, resiliência ecológica, bem-estar psicológico, diversidade cultural, uso equilibrado do tempo, boa governança e vitalidade comunitária. “A renda não é buscada pelo seu bem em si, mas para aumentar a qualidade de vida, para obter a felicidade”, diz ele. “Felicidade baseada na ética, em cultivar relacionamentos entre as pessoas e com a natureza. E também uma felicidade interior baseada na espiritualidade.”

Num mundo de aceleradas rupturas ecológicas, sociais e psicológicas, talvez os butaneses, com sua sabedoria dos Himalaias, tenham algo a nos ensinar. Que possamos alcançar a prosperidade em harmonia com o planeta sem perder a verdadeira fonte da felicidade: nossas conexões uns com os outros, com a Terra e com o espírito dentro de nós.

SUSAN ANDREWS

é psicóloga e monja iogue. Autora do livro Stress a Seu Favor, ela coordena a ecovila Parque Ecológico Visão Futuro e escreve quinzenalmente em ÉPOCA.

www.visaofuturo.org.br
susan@edglobo.com.br

Preconceito

Todo mundo fala em aceitar as “minorias”, conviver pacificamente com os diversos estilos de vida, não recriminar os alternativos e pregar a aceitação geral. Infelizmente, muitas vezes não é o que eu vejo por aí.

Freqüento muito bazar porque não gosto de pagar caro mas gosto de roupa bonita. Muitas vezes, roupas bonitas e bem cortadas tem seu preço e ele não costuma ser baixo. Por isso gosto tanto de brechó e costureira (viva a costureira!), porque dá pra fazer uma roupa fantástica sem gastar os tubos. Mas às vezes também dá vontade de ter uma roupa que você viu num catálogo ou num desfile. Daí a opção pelos bazares.

Enfim, os bazares costumam ter o mesmo tipo de atendimento que a loja daquela marca costuma dar. E uma coisa é certa: todo mundo julga todo mundo pela aparência. Assim que você entra, te medem de cima a baixo pra ver se você “merece” ou até mesmo “pode” entrar ali e sair desfilando a roupa do fulano. Ou mesmo te olham com aquela cara de “não compra na loja porque não tem $$$ e agora vem pro bazar”. No meu caso, é isso mesmo. Não tenho a menor vergonha de assumir que, mesmo que tivesse dinheiro, talvez pensasse duas vezes. Mas hoje não dá pra gastar R$300, R$400 num vestido.

Algumas grifes já se tocaram e tratam bem suas consumidoras de bazar. Outras, como eu já descrevi, te olham com preconceito, como se pensassem: “aqui é para os pobres”.

Vamos parar com isso, né? Já fiquei revoltada, mas hoje fico chateada porque vejo essa atitude entre “amigos”, colegas e até parentes. Vergonha de sair com o fulano porque ele se veste mal (a pessoa julgando) e ninguém tem a decência de dar uns toques. Vergonha de chamar a fulana pra festa, porque ela vai levar o namorado que é “feio” e vai pegar mal num grupo de pessoas “bonitas” (acreditem, já vi gente pensando assim, deplorável). Vergonha de ter como amigo alguém que não pode comprar determinadas grifes ou freqüentar certos lugares.

Isso é ser raso demais… Mas em alguns lugares e em certos grupos, é regra. Tudo bem, os iguais se atraem. Eu quero ser diferente. Eu gosto de gente que tem personalidade e sai por aí vestido dele mesmo/dela mesma, feliz da vida, sem ter a obrigação de sair em nenhuma página de revista como o “Look do Ano”. Adoro quando as pessoas não seguem regrinhas pra se vestir e ousam. Acho o máximo quando dá vontade e a pessoa obedece essa vontade. Ainda somos tímidos demais pra nos vestirmos (eu acho) e ainda copiamos demais (eu acho).

“Eu não gosto do bom gosto. Eu não gosto do bom senso”, já dizia Adriana Calcanhoto. Caretice, etiqueta, ser “comportadinho” e “certinho”. Ser “aceitável” e, principalmente, ser nulo. Tudo isso pra mim é zero de identidade.

Tudo bem se me medirem dos pés à cabeça (ou da cabeça aos pés) quando eu entrar numa loja. Se eles acham que eu não deveria estar ali o problema é deles que deixaram a porta aberta e convidaram pra entrar. Sou eu que estou escolhendo se quero estar ali. E meu cartão de crédito paga igual ao de todo mundo. Se eu gostar de alguma coisa, ótimo. Se não gostar, tudo bem também. O que eu acho que devia deixar de ser regra é julgar um livro pela capa e não pelo conteúdo.

Se a amiga não tá usando uma roupa que favorece, seja amiga e dê um toque. Mas se esse for o jeito dela e você a ama assim mesmo, os outros que se danem. Mesma coisa para aqueles babacas que não saem com pessoas “feias”, “gordas” ou “pobres”. Feio mesmo é alguém preconceituoso e materialista, gordo ou magro, quem define é o contexto social e a mente e o coração são todos mais ou menos do mesmo tamanho e pobre é quem não tem amor. Essa última foi piegas, mas é do fundo do coração.

Vocês entendem, né? 🙂

ANTES de Comprar, Pare Pra Pensar

Toda essa avalanche de bazares e liqüidações me deixou um pouco aflita. Não sei se é simplesmente a necessidade de pelo menos ver tudo o que estão liqüidando ou a oportunidade de fazer um negócio da China mas, fato é que é um pouco aflitivo acompanhar tudo.

É engraçado mas acabo achando que liqüidação é pra gastar um dinheiro que eu não tenho numa coisa que eu não preciso. É diferente sair de casa para passear, não levar carteira, simplesmente para dar uma volta por aí. Outra, bem diferente, é ir ver o bazar do fulano ou a liqüidação daquela loja, pra tentar encontrar uma peça que seria uma “oportunidade”.

O que eu vejo, e muito, é um monte de roupas caras, a maioria delas com pequenos defeitos (que, se você reclamar, ainda tem que encarar uma cara feia). Escrevo isso motivada por uma visita que eu fiz a um bazar de um estilista fa-moSSSSSSÉEEERRRRi-mo e acabei com a cara no chão. Um festival de roupas feias, mal acabadas, com tecidos de péssima qualidade, e CARAS. Sim, era um bazar com vestidos de malha fria xuê custando mais de R$100 (vestidos que no Bom Retiro você compra por R$19,90), camisetas horrorosas, estampas pavorosas e roupas de frio para um inverno escandinavo, incluindo aí blusas de lã e casacos tããããooo pesados que mal dava pra manter a pose.

Havia, claro, pouquíssimas exceções, entre elas um vestido de seda pura por R$135 (com um rasgo na costura e manchas de ferrugem). Nada, absolutamente NADA que justificasse a minha ida. Confesso que fui movida a propaganda e pela fama do tal estilista. Já tinha ido a um bazar dele ano passado e também não tinha comprado nada. Pensei que este ano daria mais sorte, mas só me fez ter a certeza que ano que vem vou me “poupar a fadiga”.

Por isso, fiz essa reflexão: será que precisamos comprar SÓ porque está em liqüidação? Ou pior, só para ter a chande de carregarmos a etiqueta do fulano no avesso de uma roupa horrorosa? Claro que sou super a favor do bom negócio e, ao encontrar uma peça que valha a pena, eu sou a favor da compra. Mas temos que pensar em pelo menos 3 coisas:

  • Quantas vezes vou usar isso?
  • Estou comprando só porque está em liqüidação? Ou seja, essa peça me chamaria a atenção numa vitrine?
  • O preço é REALMENTE de liqüidação? Não se deixe enganar pelos 70% OFF da etiqueta. Pagar R$100 por uma camiseta ou R$300 por um vestidinho de malha que antes chegavam a preços estratosféricos não vale a pena.

Me lembro de uma coisa que o Kenzo disse quando estava aqui no SPFW: “Roupa no Brasil é muito cara. Na Europa, é fácil se vestir bem e ser elegante mesmo com pouca grana”. O que me faz pensar: o povo brasileiro trabalha até o meio do ano só para pagar impostos, ganha mal e ainda tem que pagar uma fortuna por roupas mal feitas, com tecidos de péssima qualidade, que alcançam um valor altíssimo só por causa da fama dos que as desenharam?

Por isso, brechó e trocas são legais. Mas o mais legal mesmo é não jogar fora uma roupa eterna, tipo aquele vestidinho preto que nunca faz feio, aquela bolsa que sua avó usou quando namorava seu avô, ou aquele broche que já passa de geração em geração. Fuçar o guarda-roupa, tentar combinações diferentes, investir em acessórios que mudam a cara da produção, como meias coloridas e cintos.

Marca e fama não são nada. Tenho dó de pessoas que economizam a vida toda (ou pelo menos alguns anos) só pra comprar a bolsa daquela marca, provavelmente feita de couro ou algum produto de origem animal (mas nem vou entrar nesse mérito). Será que sua bolsa vai dizer quem você é? Não é melhor você mesmo dizer quem você é? Senão, outras pessoas podem falar por você, coisas que você talvez até discorde. E algumas pessoas acabam como a foto acima, sem identidade nenhuma, escondidas atrás dos pacotes.

Temos que começar a pensar que marca não é nada e nossa identidade não pode ser definida por outra pessoa. Tudo bem comprar algo que te agrade, com o qual você se identifica, mas só comprar porque é do fulano, desculpe-me, mas é burrice. E há grupos de pessoas que vivem assim, se reproduzem assim, e conduzem um grupo de pessoas que pensa e vive assim. Num mundo de aparências que não dizem nada, apenas propagam um modo de vida materialista e consumista.

Li no site de tendências WGSN que, no futuro, os jovens consumidores de moda serão materialistas, consumistas desenfreados, com muito poder aquisitivo e conhecimento. Parece um futuro sombrio querer agradar a um bando de mimados.

Enquanto isso, será que não podemos resgatar o que já estava guardado lá no fundo do armário, vestir-se com personalidade e nos assumir? É preciso coragem, mas sei que teremos. John Lennon já deu a fórmula do sucesso há 40 anos: “Pense globalmente, aja localmente”.

Omaguás – Uma Praça com Arte e Muitas Histórias

Tem uma pracinha em Pinheiros que passa quase despercebida nos dias da semana para os mais desatentos. Cheia de árvores frondosas e antigas, é um ótimo lugar para ler um livro ou revista, já que fica bem em frente da Fnac Pinheiros. Também é um bom lugar para namorar, bater um papo… Seria melhor se fosse um pouco mais policiado, pois em algumas ocasiões há pessoas ali que podem causar distúrbio a essa paz.

Mas vamos para o lado bom: no fim de semana, mais precisamente no domigo, acontece ali uma feira de artesanato diferente, pois junta também música ao vivo, sempre com convidados muito especiais. Neste domingo, foi a vez do Chorinho na Praça com o Conjunto Retratos:

 

 

Mas o meu maior interesse é na produção artística mesmo, encontrar produtos interessantes e pessoas brilhantes e aqui estão elas:

 

Marlene – Arte em Seda

Há 8 anos, a Marlene vive de pintar seda. Começou como estagiária num atelier de pintura, desenvolveu a própria técnica e voilá! Além do panô ao lado dela na foto, ela também faz cintos, faixas para a cabeça, vestidos, camisetas e roupas para criança. Um trabalho finíssimo. Além da Praça dos Omaguás no domingo, também expõe na Benedito Calixto aos sábados. Tem site e manda a peça pra você: www.lilimarlene.com.br

 

 

Paulina – Arte em Vidro

A Paulina é uma chilena que ja mora no Brasil há 19 anos e trabalha com vidro, reciclado ou reaproveitado. Utiliza duas técnicas diferentes para confeccionar as peças: a Barcelona, que imita vitral, e a Murano, que imita as decorações dos famosos vidros italianos. Também faz bordado e aplicações de vidro. O que eu achei mais legal é o trabalho com garrafas de vidro antigas, como essas de Coca-Cola. Além disso, se você tiver uma garrafa de estimação, pode levar pra ela que ela pinta e borda! Contato: (11) 8204-2325 ou paulina.ateliertrazluz@hotmail.com. Também expõe na Benedito Calixto aos sábados.

 

 

Hilton – Arte em Havaianas

 

Somos todas loucas por sandálias Havaianas, né? Então pode pirar no trabalho do Hilton! Esse pernambucano que está em São Paulo há 9 anos faz tiras de havainas de tecido, encapa pulseiras e colares de bolinhas que dão um up em qualquer produção basiquinha! E como agora liberou geral a bijuteria grande, se jogue mesmo nos colarzões! E havainas nos pés! Pode mandar email que ele manda as havaianas pra você onde você estiver: pedechineloacessorios@hotmail.com ou (11) 9661-5748. Também expõe na Benedito Calixto aos sábados.

 

 

Maria Helena – Arte em Customização de Bolsas

 

A D. Maria Helena tem uma história linda: depois de fazer dois anos da faculdade de direito, largou tudo e foi seguir seu sonho: ser artista. Começou se formando em Educação Artística e dando aula. Até que um dia, a vida lhe pregou um susto: foi diagnosticada com Mal de Parkison. Os alunos começaram a perceber sua mão tremendo e pediam pra ela não ficar nervosa. E aí que ela ficava! “Cansei de explicar! E resolvi parar de dar aula”, conta ela. Isso foi há 8 anos. Numa véspera de Natal, achou um saquinho de juta que tinha sido embrulho de presente e começou a decorá-lo. Gostou tanto da brincadeira que comprou 50 saquinhos e decorou-os todos num só dia! E, no dia seguinte, vendeu 35 de uma vez! Depois disso, não parou mais. Hoje, compra bolsas prontas e “cruas” e customiza, utilizando o que estiver à mão. Além disso, também trabalha com restos de confecções de lingerie e sobras de tecido. Mas ela também faz as próprias bolsas, como essa de babados cor de rosa logo em primeiro plano na foto. Todas peças únicas. Pra encontrar com ela e conhecer seu trabalho, tem que ir pessoalmente na Benedito Calixto aos sábados ou na Praça dos Omaguás aos domingos. Garanto que vale a pena! Além do trabalho ser LIN-DO (pasmem, ela já fez bolsas pra Ópera Rock e outras grifes badaladas da Oscar Freire) a D. Maria Helena é uma simpatia total! Estava acompanhada da mãe, uma sorridente senhora de 92 anos! Lindas!

 

 

Larrisa – Arte em Crochê

 

Desde menina, Larissa já brincava com fios e linhas. Fez macramê, camisetas, tie-dye e, quando ficou grávida, há seis anos, descobriu o crochê. E não largou mais. Algumas de suas peças misturam crochê com chita e ela tem um ponto lindo! Tudo certinho, sem nenhuma linha pendurada! Os bolerinhos, então, são um primor! Agora, pra primavera/verão, arrasam em cima de qualquer vestidinho básico ou mesmo em cima de uma camiseta. Já confeccionou peças para marcas famosas, inclusive a francesa Rossignol, que é a marca das Olimpíadas de Inverno. Vale muito a pena conhecer o trabalho dela, que é formada em Turismo e Yoga. Linda desse jeito, ficou toda tímida na hora da foto! Contato: (11) 9870-1125 ou larissakarpo@yahoo.com

 

 

Fim (por enquanto) das minhas aventuras na Praça dos Omaguás. Mas com certeza ainda vou falar muito dessa feirinha tudo-de-bom, onde a gente conhece histórias geniais e trabalhos lindos. Ou seria histórias lindas e trabalhos geniais? A feira também tem site: www.feiraomaguas.com.

 

Lindo, meigo, fofolete!! Detalhe do trabalho da Dona Maria Helena
Lindo, meigo, fofolete!! Detalhe do trabalho da Dona Maria Helena

Como as pessoas se vestiam

Mary Cassatt - Lydia fazendo crochê
Mary Cassatt – Lydia fazendo crochê

Para quem estuda literatura ou mesmo para quem gosta de ler, é muito interessante prestar atenção à descrição dos detalhes e costumes do passado. Lendo os clássicos da literatura universal, podemos pescar algumas coisas que exemplificam esses hábitos, hoje desaparecidos, que antigamente até mesmo “classificavam” a classe e origem social da pessoa.

As mulheres deviam ser prendadas, saber costurar, bordar, consertar e isso nem faz tanto tempo assim. Fora a parte que denota uma certa imposição de fazer as mulheres ficarem dentro de casa, acho super útil que saibamos costurar, bordar e consertar. Para nós mesmas, para podermos ser auto-suficientes e não ficar dependendo de alguém para dar um simples pontinho ou pregar um botão. Claro que hoje não é mais exigência que uma boa moça de família borde todo o seu enxoval – incluindo lençóis e toalhas com monogramas – mas acho lindo quem tem disposição e arruma um pouco de tempo para bordar aos pouquinhos um detalhe aqui e outro ali da sua casa.

“Mas as mulheres trabalham, são sempre tão ocupadas, quem consegue bordar???”, perguntariam alguns. Eu respondo: nós arranjamos tempo para o que queremos, fazemos nossos planos e arranjos para contemplar nossos desejos. Quando uma pessoa diz que não teve tempo para fazer algo que ela deseja muito, é necessário se perguntar o que está faltando para o desejo se concretizar. Planos simples, como fazer ginástica ou começar um hobby, dependem da nossa força de vontade. Temos que mandar a preguiça ir passear e começar a nos organizar.

Organização, para algumas pessoas, acabou virando sinônimo de chatice. Eu acho que a organização, além de ser necessária inclusive para o nosso prazer, não deve ser encarada como uma vilã. É bom organizar, ter as coisas arrumadinhas, tempo para nós mesmos, disposição para experimentar coisas novas. Temos que assumir a responsabilidade por nossa própria organização de vida, e não deixar que outras pessoas assumam o ônus de cuidar da gente (isso serve para todos aqueles que já tenham condições e formação suficientes).

Por outro lado, ajuda, carinho e uma dose de interesse alheio não fazem mal nenhum. Mal é sentir-se confortável em depender do outro, não buscar seus próprios méritos e não retribuir com carinho o carinho do outro. Para alguns, carinho é dar um presente. Para outros, é dispender uma hora do dia para ouvir o problema de um amigo. Temos que saber entender o carinho do outro.

Puxa, isso foi longe. Comecei falando de como as pessoas se vestiam no passado e acabei falando de relacionamento. Engraçado é que, sempre que falo do passado, essas pequenas atenções me vêem à mente, sorrateiras. Será que tudo isso ficou no passado? Tenho certeza que não. Meus amigos (pouquíssimos, claro) me provam todos os dias que ainda dá pra amar sem grudar, ter carinho sem dar presentes milionários e ajudar um pouquinho, nem que seja emprestando o ombro e o ouvido.