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Inspiração de Outono

 

A chuva chove…

A chuva chove mansamente…como um sono
Que tranquilize, pacifique, resserene…
A chuva chove mansamente…Que abandono!
A chuva é a música de um poema de Verlaine… E vem-me o sonho de uma véspera solene,
Em certo paço, já sem data e já sem dono…
Véspera triste como a noite, que envenene
A alma, evocando coisas líricas de outono…

 

Cecília Meireles

Vintage

E por falar em vintage, conheço um blog que é uma delícia pra quem gosta de imagens de antigamente: o The Tarnished Angels é um grande apanhado de informações, notícias, fotos e curiosidades. E o que é melhor: a maioria é brazuca mesmo! Muito legal ver imagens de gente hoje famosa e consagrada no comecinho da carreira. Corre lá e passe horas e horas exclamando: “Olha o fulano! Que novinho!”

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Aliás, alguém consegue descobrir quem é a mocinha das fotos aí embaixo? A resposta aparece quando você passa o mouse em cima… Mas tente adivinhar primeiro! 😉

 

 

 

Fotos + Vintage me lembra o concurso de fotos antigas que o Sartorialist tá fazendo. Já viu? É muita beleza e histórias comoventes…

Inspiração para aprender

 

Responder a perguntas não respondo.

Perguntas impossíveis não pergunto.
Só do que sei de mim aos outros conto:
de mim, atravessada pelo mundo.

Toda a minha experiência, o meu estudo,
sou eu mesma que, em solidão paciente,
recolho do que em mim observo e escuto
muda lição, que ninguém mais entende.

O que sou vale mais do que o meu canto.
Apenas em linguagem vou dizendo
caminhos invisíveis por onde ando.

Tudo é secreto e de remoto exemplo.
Todos ouvimos, longe, o apelo do Anjo.
E todos somos pura flor de vento.

 

Soneto Antigo – Cecília Meireles

 

Flores – Faça a sua

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Flores de tecido são lindas e fáceis de fazer. Da mais sofisticada, que usa renda e cetim, às mais rústicas e artesanais, como as de crochê (as fofuras aí em cima foi minha mãe que fez, exceto a roxinha, que foi presente da Lily), elas ficam charmosas como presilhas no cabelo, como broches enfeitando uma camisa ou blusa, ou até mesmo na bolsa. As de bijuteria, com chatons, feitas com canutilhos ou cristais, são pra quem tem experiência com bordado ou quer se aventurar no mundo da montagem de bijus! A Revista Manequim apresenta o passo a passo desses dois modelinhos de tecido pra você escolher e fazer a sua:

 

 

 

Na edição de setembro do ano passado, a Manequim também publicou uma flor muito fácil de rápida de fazer. Basta enrolar uma tira de tecido franzida e pronto! Foi essa ideia que eu usei pra fazer a flor cor de rosa clarinha aí em cima.

 

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A página com as explicações foi fotografada da revista. Clica pra aumentar.

 

 

Treinando o olhar

Muita gente se engana achando que saber moda é saber folhear “as revistas certas” e assistir desfiles. Não sou, nem quero ser, uma expert em moda, mas posso garantir que moda, assim como toda e qualquer manifestação artística, é sempre carregada de cultura e subjetividade. Legal mesmo é quando a gente reconhece um caminho desenhando por alguém em uma roupa, entende de onde veio a inspiração que virou estampa, forma e cor. Mais legal ainda é a gente compartilhar com o criador alguns segredos e poder conversar com essa obra de arte que veste corpos e se mexe. Isso, quando a roupa é, literalmente, uma obra de arte.

Que McQueen era genial, isso todo mundo já sabe. Mas a última e póstuma coleção, mostra quão bem ele sabia olhar pra arte, destituir as pinturas, esculturas ou decorações de seus atributos e significados originais, e reconstrui-las em forma de estampa, primando pela cor e pela forma. As estampas acima foram recortadas e remontadas a partir dos entalhes decorativos de Grinling Gibbons e das cores e figuras de Stephan Lochner, como no tríptico Adoração, abaixo:

(clica na imagem pra ver em alta resolução)

No mesmo desfile, outra figura marcante da História da Arte deu as caras:

Hieronymus Bosch (ativo entre os séculos 15 e 16) é um pintor único. Com suas figuras monstruosas e suas visões do inferno, deixou uma legião de admiradores e dezenas de artistas tiveram seu trabalho como inspiração. Pintava as figuras obscuras como aviso, num típico clima religioso medieval, para lembrar os que pecavam que Deus está observando (como diz uma de suas obras mais conhecidas, uma mesa decorada com o olho de Deus no centro e os sete pecados capitais ao redor). McQueen escolheu o tríptico mais famoso de Bosch, O Jardim das Delícias (os dois primeiros detalhes abaixo), que retrata o paraíso, uma vida de pecados e o inferno, e o também famosíssimo As Tentações de Santo Antão (acima).

Por isso, moda, assim como música, cinema, arte, livros etc, etc… conversam o tempo todo, a toda hora, em qualquer lugar. Quanto mais você conhece do mundo, mais aguçados vão ficar seus olhos. Assim, você vai treinando o olhar pra encontrar beleza até no inferno de Bosch.

 As imagens dos desfiles são do site oficial do McQueen e as fotos das obras de arte do meu acervo pessoal.