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Você está comprando o quê?

 

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Quando você compra uma roupa nova, está comprando o quê? Auto-estima pret-a-porter? Felicidade em 3 prestações? Alguns pontinhos num coração partido?

Conheço muitas pessoas que sabem que compram como mecanismos de compensação. “Ninguém me comprou um presente, então me dou um”, “Eu estou infeliz, vou me fazer feliz”, “Não cabe mais nada no meu guarda-roupa, mas eu adorei e vou levar”, “Não tenho onde usar, mas quero comprar”. Frases assim podem ser repetidas à exaustão mas isso não as transformará em verdades.

Comprar uma roupa, um sapato ou uma bolsa pode ser uma necessidade ou um gosto, mas cuidado se você perceber que está sendo uma muleta pra manter você andando apesar de alguns problemas que poderiam ser resolvidos ou contornados de outra maneira. Uma conta no vermelho ou endividar-se até o pescoço não me parece uma boa solução para nenhum tipo de aflição.

Na hora da compra, do pseudo-alívio imediato, PARE e pense. Pense no seu guarda-roupa, pense nas suas combinações, pense no que você tem e que é até parecido com isso que você quer comprar. Um guarda-roupa arrumadinho e organizado vai deixar esse mecanismo mais fácil. E pense: se você mora num lugar pequeno, provavelmente não tem um tipo de vida que exija trajes e mais trajes (comigo é assim e fico satisfeita com isso). Saber rearranjar o guarda-roupa e montar looks e combinações diferentes é uma arte que requer treino e organização. Mas vale MUITO a pena e te deixa mais esperta. 😉

Se nada disso te fez parar, pense de novo em como você está se sentindo e em como você se sentirá amanhã, depois de fazer as contas. Se mesmo assim, você ainda decidir entrar, experimentar (aqui também dá pra pensar muuito) e comprar, aí é com você. Não precisamos de rios de dinheiro para andarmos bem vestidas, precisamos de inteligência e sagacidade pra perceber que não é porque o vestido está R$39,90 que precisamos dele. Comprar uma coisa que está barata SÓ porque está barata não é ser esperta.

Da próxima vez que sair pra olhar e se interessar por algo, pense no que está comprando: uma peça bonita, que combina com o que você já tem, que está num preço justo e que você pode fazer bom uso, ou um quase remedinho anti-alguma coisa que está te incomodando? Isso vai fazer uma baita diferença.

MODA, CINEMA E ARTE: Palestra com MARIE RUCKI e FABRICE PAINEAU

O site Chique fez um concurso de micro contos, cujo prêmio era um convite para assistir uma palestra do ciclo Moda, Cinema e Arte, com Marie Rucki e Fabrice Paineau. Eu mandei e… ganhei! A ideia do conto era juntar um estilista, um artista contemporâneo e um filme em até 80 palavras. O meu ficou assim:

 Dior não via uma mulher como uma mulher, mas como uma forma geométrica. Por isso, conseguiu reduzir a cintura e fazer uma saia abajur encaixarem-se naquela forma, que era um corpo de mulher. Círculos, maiores e menores, alargamentos. Botero também não enxerga corpos como corpos, mas como formas. Redondas, circulares, sem ângulos agudos. A dramaticidade de Dior e seu new-look e a comicidade de Botero e sua beleza invertida. “Apertadas” de Dior e “gordinhas” de Botero… “Mulheres à beira de um ataque de nervos”!

 

Ganhei convite pra palestra de ontem, 15 de abril, que falava de “Fontes de pesquisa: inspiração, influências e consequências”. Tive muita sorte porque se tivesse que escolher uma, seria essa! O evento antecipa as comemorações do Ano da França no Brasil (que também será tema da SPFW).

 

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O convite e a cartinha

Mas vamos ao que interessa: A palestra foi SENSACIONAL.  Foi uma conversa entre os dois, um monte de imagens inspiradoras, referências mil. Anotei mais de seis páginas e vou levar um tempo pra processar todas as informações. O que quero escrever foi algo que ficou marcado: a moda como um exercício barroco, o travestimento como um excesso que nos permite passar para outro mundo, um mundo de sonho e prazer. Considerando que a moda é uma miragem e que tudo é irreal, que tal brincar com nossa suposta realidade? Fazer da vida uma festa? Assumir um personagem para desvendar outras realidades, buscar imagens que modifiquem o cotidiano, “disfarçar-se”.

Outra coisa que marcou foi que a maioria das pessoas acredita que a internet é o fim do problema da pesquisa e da coleta de imagens e acaba achando que só ficar na frente do computador basta. Não basta. A experiência real é muito mais impactante e provoca reações mais dramáticas, na roupa, na cabeça e nas ideias. Por isso, Marie fez um apelo para que saiamos da frente do computador, para que a gente vá atrás de filmes, eventos, pessoas que possam nos inspirar. Olhos atentos (mas não estressados) para o que está acontecendo. Ela disse: “todo mundo olha o que está acontecendo mas só o estilista/artista VÊ”.

Você é o filtro e sua experiência de vida se enriquece pelo que você filtra. A moda dá ao nosso olhar outra dimensão, poetiza o corpo, mostra, dissimula, esconde, intervém e transforma nossa própria natureza, como se um corpo precissase de roupa para “existir”, pelo menos socialmente.

Tem muito, mas muito mais, mas vou escrevendo aos pouquinhos. Só tenho que agradecer o CHIC por esse presente maravilhoso, que ainda não acabei de receber, porque ainda vou pensar muito sobre o que vi e ouvi. Tem fotinhos no FLICKR.

No site da Lilian Pace têm outra matéria bem legal sobre a palestra de terça, que falava do cinema como parte integrante do sistema da moda. Vai lá: http://www.lilianpacce.com.br/home/2-filmes-com-marie-rucki/. Lilian também comentou duas frases durante a primeira palestra de Marie Rucki e Fabrice Paineau que aconteceu na segunda: “A originalidade é um falso valor” e “A indústria da internet reduz o valor do desejo de moda“. Você concorda?

 

QUEM É QUEM

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Marie Rucki

Marie Rucki

Diretora de uma das mais renomadas escolas de moda do mundo desde os anos 70 – o Studio Berçot – em Paris, por onde  já passaram nomes como Martine Sitbon e Azzedine Alaia.  Aqui no Brasil, contribuiu com a formação de diversos estilistas como Gloria Coelho, Lorenzo Merlino, Reinaldo Lourenço, André Lima e  Natalie Klein. Durante todos esses anos influenciou e acompanhou as principais mudancas na dinâmica e nos mercados da moda. O Studio Bercot é considerada a mais conceituada escola de criação de moda do planeta, sendo  referência mundial para quem quer entender e aprender o que é a criação de moda e seus desdobramentos. Visite: http://www.studio-bercot.com

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Fabrice Paineau
Fabrice Paineau

Entrou na moda por acaso, após ter feito uma tese sobre arqueologia contemporânea. Depois de uma passagem pelo Museu da Moda ( Louvre ) e estudos no Instituto Francês da moda, trabalhou alguns anos na maison Martine Sitbon, como assistente de direção de imagem da marca. Realizou entrevistas e matérias para as revistas L´Uomo Vogue, Rebel, A Magazine, Liberation e Menstyle.fr. É professor do Studio Berçot.

 

Camadas

O outono é tempo de camadas. Explico: no começo do dia está friozinho, no meio esquenta muito e parece verão, à tardezinha bate um ventinho de novo… Pra não ficarmos com o “look cebola”, montei um passo a passo de sobreposições, o famoso layering, pra inspirar os dias de outono.

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Primeira sobreposição simples: duas regatas, a de baixo de malha preta, mais justinha, a de cima mais solta. Legging é bom no frio ou no calor e sandálias meio fechadas meio abertas, pra encarar as duas temperaturas.

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Segunda sobreposição: uma peça pequena de tricô, que cubra os ombros mas não exagere. Um bolerinho ou mini-poncho é perfeito. Também serve pra acrescentar um toque de cor.

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Agora esfriou de vez: casaco pra fechar por cima. O bolerinho de tricô vira cachecolzão. Escolha um blazer com modelagem anos 80, ombros mais largos e corte mais masculino. Se quiser um visual menos “agressivo”, coloque um cardigan compridinho. Mas nesse caso, a sandália e o legging pedem um pouco mais de atitude, daí o blazer.

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Se quiser aproveitar a onda étnica, use um xale ou pashimina com motivos de arabescos ou indianos. É feminino e diferente.

 

Ah, outro dado importante: eu não estou usando acessórios, mas em cada caso é legal pensar num acessório marcante: só com a primeira sobreposição, usaria um colarzão. Com o bolerinho de tricô e com o blazer, um anel enorme numa das mãos. Com a pashimina, usaria um brinco e/ou o anel. Experimente em frente ao espelho… 😉

 

 

Havaianas com Guardanapos

Muitas pessoas me pediram pra explicar essa técnica, mas eu não conheço. Pois recebi hoje num comentário este link, que compartilho com vocês.

A Ely faz havaianas e bolsas usando a técnica do decoupage. E a moça arrasa!

Vejam o Flickr dela e deliciem-se com os modelos! Ah, ela também dá aulas e vende apostilas!! Aliás, pra quem está em São Paulo no final de semana, ela vai dar um curso! Corre e se inscreve!

 

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Para fazer no final de semana…

Gente, tem coisa mais gostosa que tirar um tempinho no final de semana pra se cuidar?

Por isso, separei um artigo super pertinente para esta época: como hidratar os cabelos queimados de sol! Quem escreveu foi Tiago Parente, que é cabeleireiro, membro da Haute Coiffure Française, Paris, e sócio do salão Fashion Clinic, em Ipanema, no Rio de Janeiro.  Vamos às dicas!!!

 

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crédito da foto

 

Uma das perguntas mais freqüentes no salão é: “como faço para manter meus fios hidratados em casa?”

Hoje em dia, você pode tirar partido dos tratamentos de hidratação que podem ser feitos em casa e, assim, resgatar a vitalidade dos fios. Os cabelos secos sofrem mais, mas todos os tipos de cabelo – normais, oleosos, mistos, ondulados ou lisos – estão sujeitos a perder o aspecto saudável devido ao excesso de sol, vento, cloro, água do mar, poluição, tinturas, escovas ou chapinhas.

Estes agentes externos abrem as escamas da cutícula capilar, permitindo a saída das moléculas de água que hidratam os fios. No final do verão, então, são visíveis os estragos causados pelos prazeres desfrutados na estação mais quente do ano. Eu costumo brincar que os cabelos ficam com sede! Como resultado dos danos à estrutura capilar, os fios tornam-se ressecados, opacos e quebradiços.

A hidratação faz com que as escamas arrepiadas se ajeitem, se encaixem, melhorando a textura. Além das técnicas feitas em salões de beleza, é possível declarar guerra à fragilidade e à falta de brilho no conforto do lar. Na sua casa. É que avanços tecnológicos felizmente aposentaram aqueles antigos coquetéis que empastavam os fios.

 

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Os cremes de tratamento intensivo são uma forma prática de devolver a vitalidade aos fios. Eu, particularmente, prefiro os que levam queratina, aminoácidos da seda ou silicone (este impermeabiliza o fio, fazendo com que ele retenha maior quantidade de água na superfície).

No mercado, existem várias formulações específicas para o tipo e o estado dos fios, como os indicados para cabelos fracos, quebradiços, longos, cacheados, com tratamentos químicos ou tinturas, que permitem acertar no alvo com mais facilidade. O grande segredo é realmente escolher o produto certo.

Na hora de aplicar, é preciso observar as recomendações de cada fabricante. O ideal é lavar o cabelo, passar o creme e fazer algo para aumentar a temperatura, como touca térmica ou uma toalha úmida quente, para que a cutícula do fio se abra e o produto penetre. É especialmente indicado que a aplicação seja feita em meio úmido, como vapor, para que o calor não faça com que o fio perca água para o meio externo, o que pode prejudicar o resultado.

 

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Há dois cuidados que devem ser seguidos à risca. O primeiro é jamais aplicar o creme nas raízes, sempre passando em direção às pontas (da orelha para baixo). A prevenção evita o excesso de oleosidade nas raízes, que pode até desencadear quadros de queda, seborreia ou caspa.

O segundo é realmente limitar-se ao tempo prescrito pelo fabricante. Como a hidratação é feita em casa, muitas pessoas acabam deixando mais tempo do que deveriam. A hidratação excessiva, em vez de embelezar as melenas, pode deixá-las oleosas, ensebadas ou meladas.

A frequência depende das condições de cada cabelo, variando de semanal (para os extremamente danificados) até mensal. Mas, em geral, o ideal é fazê-la quinzenalmente.

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 Entre os produtos que eu uso e recomendo estão a linha de máscaras capilares da Surya que, além de deixarem os cabelos lindos porque são feitos de ingredientes naturais, sem corantes ou parabenos, é totalmente vegan. Isso significa que o recolhimento dos ingredientes na natureza seguiu um calendário que não fosse predatório e nenhuma animal teve que passar por testes. Aliás, sempre fico atenta às empresas que têm essa prática: se usam animais em testes, eu não compro. E passo pra frente. Fiquei sabendo recentemente que a Dove faz testes em animais e fiquei triste. Afinal, com uma campanha tão bonita de valorizar a própria beleza, eu esperava mais. E tanta gente fala de sustentabilidade e ecologia só da boca pra fora, como num golpe de marketing. É preciso ficar atenta.

Aliás, as hennas da Surya, além de dar um tonzinho no cabelo, também são máscaras de hidratação. O cabelo fica com um brilho e uma maciez inacreditáveis! Experimenta que você vai gostar! (eu não estou ganhando nada pra falar isso… ehehe 😉

Então, vai cuidar do cabelão ou do cabelinho neste final de semana e comece a semana que vem toda linda!

 

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Havaianas de Amarrar

   

Finalmente, estão aqui as Havaianas gladiadoras!

Depois de muito matutar, resolvi fazer assim, de forma que, se você quiser, dá pra trocar o tecido. Vamos à receita!

 

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Material

0,50 m de chitão com 1,40 de largura

1 par de chinelos Havaianas

Linha e agulha para costura ou máquina de costura

Botões ou enfeites

 

Modo de Fazer

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Corte tiras de 6 cm de largura na lateral do tecido, sendo que ficarão com 1,40 m de comprimento. Emende mais um pedaço de 70 cm e você terá uma tira com 2,10 m. É necessário uma para cada pé.

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Dobre a fita ao meio e costure, à mão ou à máquina, emendando aquele pedaço de 70 cm à tira de 1,40m.

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Pegue a fita costurada e passa pelo meio das tiras da sandália e faça um nó. Tem que sobrar um pedaço igual de cada lado.

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Vá enrolando, cobrindo toda a tira. Depois de cobrir tudo, dê um nó na última volta.

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Um lado já está pronto.

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Faça o outro lado igual.

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Para cobrir o pedacinho da tira que ficou sem tecido, faça um lacinho ou um fuxico. Se quiser, decore com botões ou chatons.

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Pronto! Aqui estão suas havaianas de amarrar! Eu não gostei do efeito do laço na minha então eu acabei não colocando nada. Acho que o laço lá de cima já dá conta. Mas um fuxiquinho ficaria bonitinho…

 

Dicas

  • Chitão é um tecido que não desliza. Então fica firme na perna e segura bem. Mas, em compensação, é mais trabalhoso de por e tirar se você quiser ficar trocando. Nesse caso, opte por uma malha.
  • Por ser um chinelo bem colorido, é próprio para o verão em situações bem informais.
  • As tiras podem ser amarradas subindo a perna ou mais embaixo, somente no tornozelo. Quanto mais ela sobe, mais curta deve ser a roupa que você está usando, pra não dar a impressão que suas pernas estão achatadas. Ficam lindas com shortinhos.
  • Depois de passar a tira com o tecido, você pode bordar por cima: chatons, vidrilhos, miçangas, pequenas aplicações, florzinhas… 
  • Pra vender, você pode passar cola de contato na tira antes de enrolar o tecido. Aí, ele não sai mais.
  • Usando cola, também dá pra usar tecidos mais finos, como cetim sintético. Use cores escuras pra não manchar.
  • Se quiser, também é legal colocar contas nas pontas das tiras, fazendo um arremate.

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Tenho que agradecer minha mãezinha querida, que costurou a tira à máquina para mim!

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Divirtam-se!!