Suba o primeiro degrau com fé. Não é necessário ver toda a escada. Apenas dê o primeiro passo.
Martin Luther King Jr.
Suba o primeiro degrau com fé. Não é necessário ver toda a escada. Apenas dê o primeiro passo.
Martin Luther King Jr.
Primeira pergunta que você deve se fazer antes de começar a fotografar: quem sou eu? Segunda pergunta: qual é o meu estilo? Depois de respondidas, olhe para o equipamento que você tem. Leia o manual (é chato, eu sei), conheça sua máquina, pesquise, teste, tire muuuitas fotos. Explore todas as possibilidades. Avançando um pouco mais, experimente um programa de edição de imagens. Se não puder comprar, use um on line, como o Picnik.
Tirando muuuitas fotos, você vai aprender a posicionar seu corpo no melhor ângulo, fazer a melhor cara, olhar do melhor jeito. A seguir, apresento algumas dicas, mas lembre-se: vale tudo desde que se respeite o seu estilo e quem você é.
BOAS FOTOS!
Todas as fotos são daqui.
A escolha da iluminação depende diretamente do seu estilo de vida, de roupa e da sua personalidade. Não é uma escolha tão simples…
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FLASH!
A luz do flash direto na câmera produz uma imagem chapada e bidimensional. Combina com cores fortes, ousadia e ambientes um pouco caóticos. É bem difícil conseguir uma imagem sem sombras deformadoras ou que não fiquem super expostas (claras demais). Por isso, se puder evitar, evite. Se não conseguir, afaste-se da luz, como diriam naquele filme de terror! Fique a pelo menos 2 metros de distância da câmera para as sombras serem amenizadas. Fotos do Lookbook.nu
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LUZ DE DENTRO + LUZ DE FORA
Lembra da dica de usar a luz da janela nas fotos de interior? Então, às vezes, essa luz pode ser misturada ao flash ou à luz normal da lâmpada. As câmeras digitais já tem um mecanismo de compensação e correção de temperatura dos brancos. Traduzindo: ela corrige as cores erradas provocadas pelas diferentes temperaturas das luzes presentes na cena. A luz da janela, chamada de luz do dia, é mais branca que a luz da lâmpada, que é amarelada. A câmera lê essas duas luzes e faz uma média, pra imagem não ficar nem amarela nem super exposta (branca demais). Quando isso não acontece, programinhas básicos de edição, até aquele editor que já vem com o Windows, fazem o serviço com um clique (correção automática). Foto daqui.
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“ERROS” QUE DÃO CERTO
As duas fotos acima tem um “erro” em comum: estão super expostas. Perceba que as luzes formam uma mancha branca na imagem: na primeira, não vemos o pé na frente e a mão fica confusa; na segunda, a rua e a parede se juntam numa mancha só. Mas, o que poderia ser um erro, vira arte! A luz do sol na menina na grama contribui para um clima de verão, de calor, exatamente como o vestidinho que ela está usando. Aliás, os brancos do vestido ficaram evidenciados com isso, percebeu? E o tapete branco atrás desse casaco azul e das pernas negras a colocaram num palco. Sabendo aproveitar as condições de luz, podemos criar uma imagem de impacto. Fotos daqui e daqui.
A mesma ideia serve para a situação contrária, com menos luz do que seria a leitura correta.
Na primeira foto, a pouca luz “apagou” o vestido e evidenciou os acessórios coloridos. Na segunda, as correntes e o rosto marcante e bem maquiado ficaram em evidência. Fotos daqui.
Tenho dó das estrelas
Luzindo há tanto tempo,
Há tanto tempo…
Tenho dó delas.
Não haverá um cansaço
Das coisas,
De todas as coisas,
Como das pernas ou de um braço?
Um cansaço de existir,
De ser,
Só de ser,
O ser triste brilhar ou sorrir…
Não haverá, enfim,
Para as coisas que são,
Não a morte, mas sim
Uma outra espécie de fim,
Ou uma grande razão –
Qualquer coisa assim
Como um perdão?
Fernando Pessoa, poeta português
Há muitas diferenças entre fotos de interior e fotos de exterior. Fotos de interior são sempre mais difíceis por causa da luz adequada: na maioria das vezes, teremos que usar luz artificial ou flash. Mas tudo depende do clima que você quer passar. Vamos lá!
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TIRE FOTOS AO AR LIVRE
Sempre que possível, tente tirar fotos num ambiente externo. Melhor ainda seria se esse ambiente conversasse com sua produção. Repare nas fotos da Karla: na primeira foto, a meinha verde conversa com as árvores lá atrás e, na segunda, os tijolinhos conversam com o casaco e a sandália. Não, nada disso é acidental. Foi pensado e calculado. É isso que faz uma simples foto virar uma imagem de impacto.
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CRIANDO UM CLIMA
Nessa foto, tudo contribuiu para o clima intimista e sensual inspirado pelo casaco fofo: a maciez da roupa, do lençol e a luz suave que entra pela janela. Não é à toa que o lençol é branco: ele serve como rebatedor senão o rosto dela ficaria muito escuro. Refletindo a luz, ele equilibra o contraste. Mas repare: a proposta da roupa e da foto combinam! É nisso que se tem que pensar na hora de montar uma composição. Foto daqui.
O foco, assim como os planos, é muito importante para criar clima. A maioria das máquinas é automática e regula o foco por aproximação ou afastamento do objeto. Mas com um pouquinho mais de treino, dá pra brincar bastante e produzir imagens muito bonitas. O quadro, ou enquadramento, direciona o olhar e dá outros pontos de vista.
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IMAGEM DE SONHO – SEM FOCO
Já percebeu que quando uma imagem é delicada e evoca sonhos e desejos, ela é geralmente meio embaçada? Isso porque se alude à impressão de que nem sempre nos lembramos claramente de nossos sonhos e nossos desejos não estão tão bem definidos em nossas mentes. Dá pra reproduzir esse clima na fotografia com foco difuso, meio embaçada, geralmente cheia de luz. Incluir no quadro elementos macios, transparentes e de cores suaves enfatizam esse clima. Foto daqui.
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FOCO ESPECÍFICO PARA DETALHES
Sabendo regular o foco, podemos apontá-lo para evidenciar uma cor, um objeto, um detalhezinho qualquer. Na foto acima, não há dúvidas que o objetivo foi mostrar a pulseira, já que todo o resto da foto está “embaçado”. A foto fica com textura, repare: dá a impressão que dá pra sentir o frio da pedra da pulseira, em contraste com o calor do casaco vermelho e a maciez da pele. Foto daqui.
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ENQUADRAMENTO
O enquadramento também serve para detalhar e evidenciar, seja ‘cortando’ um pedaço da imagem ou ‘estourando’ um detalhe no quadro todo. De qualquer jeito, a imagem fica geométrica: as linhas diagonais, horizontais e verticais ficam bem definidas, assim como as linhas de perspectiva. A imagem cheia (como a primeira) fica um pouco chapada e deve ser bem trabalhada com a luz. A segunda imagem, cortada, evidencia o detalhe e deve ter o foco bem cuidado. Fotos daqui e daqui.